voltando à ativa {Episódio 1}

Depois de um ano com o blog parado eu resolvi voltar a postar e compartilhar com quem se interessa pelo programa e pela vida de intercambista.

Estou eu aqui sentada lendo posts antigos e refletindo sobre a caminhada e como foi difícil chegar aqui. Primeiro para conseguir decidir participar desse programa mesmo com todos os medos e inseguranças. Depois dos medos e inseguraças vinha o problema financeiro que apesar do programa de au pair ser o mais barato não deixa de ser uma grana que você precisa desembolsar. E depois disso tudo é encarar com a cara e a coragem a vida em outro país, morando na casa dos outros, vivendo cercada por uma cultura que não parecia ser mas que é muito diferente da sua, rodeada de pessoas falando outro idioma, num clima diferente do seu... é muita adaptação que precisa ser feita e a coragem precisa ser sua companheira em tudo, tudo que você faz.

Me lembro perfeitamente de como foram os ultios momentos com a minha família no aeroporto, o tchau mais difícil que já tive que dar. Lembro da emoção e do frio na barriga de pensar em tudo que estava por vir. Meu vôo ia do Rio para São Paulo porque todas as outras meninas que iam na mesma data sairíam de lá e eu não queria ir sozinha do Rio. Fui para SP e chegando lá comecei a encontrar as meninas com a mesma blusa rosa (Experimento) que eu. Ficamos algumas horas no aeroporto andando de um lado para o outro esperando a hora de embarcar. Vi as meninas se despedindo de seus amigos e familiares e tentava não pensar na minha família [que tinha ficado no Rio e que eu não veria de novo por um bom tempo] para ver se doía menos.

Embarcamos e eramos nove. Eu não conseguia pegar no sono ou me concentrar em algo que não fosse a saudade. Inacreditável como naquelas 9 horas de vôo eu sofri, chorei e esperniei de saudade. Bem quietinha para não acordar as amigas au pairs. Toda música que tentava escutar no avião me lembravam minha irmã e todos os momentos maravilhosos que vivemos juntas cantarolando as músicas do rádio enquanto dirigiamos pela cidade afora. Eu só conseguia pensar que se com horas de distância sem nem mesmo chegar ao país de destino eu já sofria tanto, como eu daria conta de ficar longe um ano inteiro? Eu dei conta, entre trancos e barrancos eu cheguei aqui e ainda cheia de sonhos para o proximo ano que se aproxima.

A gente quando decide ser uma au pair pesquisa em todas as redes sociais que existem sobre o programa. Impossível não achar MUITA informação. Eu sei como as redes socias me ajudaram, orientaram e me sustentaram. Até hoje não sei como ficar sem os grupos de au pairs. Mas algo que acho interessante é que a gente vê muito nos blogs o que está acontecendo "ao vivo" conforme as au pairs vão vivendo as experiências. Lendo meus posts antigos eu percebi como amadureci e cresci nesse ano de au pair e acho que muita menina precisa ler e ver as coisas de um ponto de vista mais maduro também. Contar essa história depois de um ano inteirinho me faz conseguir de verdade passar minhas emoções com a cabeça no lugar sem esconder nada por conta do entusiamo mas analisando cada momento com outra perspectiva. Com o pé no chão. Espero que essa perspectiva diferente sirva para orientar as au pairs e futuras au pairs e que eu consiga ajudar como muitas me ajudaram. =)